terça-feira, 13 de dezembro de 2011

- Sleep.

Quantos de mim serão dados à este mundo antes de eu me desfalecer?
Por um momento, eu sinto a chuva tocar em minha pele
Mas eu não penso em fugir, não, desta vez...
Eu vou apenas unir minhas mãos em uma prece, e esperar
Todos temos algo a perder, todos temos algo a esconder
Antes de fechar aquele caixão, eu deixei palavras no ar
Mas não, não desta vez...
Eu vou me sujar para me libertar
Vestir a insegurança de um novo dia, um passo para a frente
Não quero mais ter que velar corpos
Ter que velar corações.
Mais uma vez, adormecer e sonhar
Deixar a realidade no ar e respirar
Eu recordo-me daquela época distante, quando escrevia poesias desconexas na parede
Não, não nasci para isso.
Justificaria-me em dois acordes menores
Mas eles seriam o prelúdio de um pecado
Abrir suas asas e voar, era esse o nosso desejo
Mas eu não possuo asas, não, desta vez...
Eu só quero caminhar
Deixar enterrado tudo aquilo que senti
Sem medo de adormecer, sem medo de sonhar
E me dignificarei, sem deixar palavras no ar
Viver, sem ter que enterrar todos que conheço
Então eu apenas deixarei florescer
Todas aquelas poesias que hei de esquecer
E esperar a chuva me dissolver.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

- Rain.

As pessoas estão sempre pensando em como mudar, como fugir, como lidar.
Sonham em sumir, se ajeitar, viver e amar.
Quando você pensa que morreu por dentro, você sempre acaba se sentindo vivo.
Nada seca, nada morre.
Sentimentos vem e vão, como os dias.
Nada dura para sempre, nada não dura.
Memórias são eternas, sentimentos também.
As pessoas sempre se lembrarão de tudo aquilo que viveram ou sofreram.
Eu sempre gostei de ter o papel de observador do mundo, mas às vezes a gente pensa
"E se for hora de participar?"
O hoje e o agora ainda não são minha hora.
Eu poderia beber mais uma xícara desse amargo chá, e esperar.
Mas eu não gosto de esperar.
Eu fui, mais uma vez, de curiosidade, para fora de meus domínios.
E descobri que as coisas podem ser muito diferentes do que nós mesmos imaginamos que elas sejam.
Eu acredito neste mundo, mas eu sei, prefiro não me empenhar.
Os dias sempre passam, as coisas sempre mudam.
E eu me lembro de tudo, e me preocupo.
Mas não importa, o passado sempre se repete, mesmo nunca se repetindo.
Basta ir além daquilo que você tentou.
Afinal, não custa nada se molhar um pouco em água fria, certo?
E sentir a bruta realidade que nos domina.
Talvez mais uma xícara de chá enquanto observo mais um pouco.
A água me parece fria demais para nadar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

- Carnival.

Eu os vejo seguir, andando, correndo, rastejando
Engolindo seus dias como se fossem remédios, acostumados
Alguns às vezes amargos, outros às vezes enjoativos
Como vermes se alimentando da carne podre
Sem rumo, sem visão
É algo com que você se acostuma, o mesmo cheiro
Em passos lentos, eu vejo o passado se repetir
Se há justiça no mundo dos homens, eu tenho certeza
Eu serei banido
Os corações destroçados dançam, desejando estarem sozinhos
A chuva cai
E eu imagino quantas pessoas estão lá fora, sozinhas
Eu esculpo meu império, deixando o vento levar o que ficar
A decepção é igual em qualquer lugar, e desta vida, nada vou levar
Cobrindo lixo com lixo
Eu sei, uma hora tudo vai acabar
E eu não me importo, apenas não quero me deixar levar
Secarei essas lágrimas de riso
Toda vez que vejo essas cicatrizes em minha pele, eu me lembro
Meus pecados andam ao meu lado, eu os sinto
Então eu esqueço tudo que já vivi
E grito alto
Eu venci!
Mas eu sei, no fundo, eu sei que já perdi.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

- Ain't Afraid To Die.

Não tenho medo de morrer
Não tenho pecados para cometer
Enquanto o mundo continua a padecer...
É tão difícil assumir que estamos errados
E secar todas essas lágrimas que compartilhamos?
Mude seu nome e assuma a vergonha
Seja o segundo e destrua seus sonhos
Uma pessoa sempre dirá que o insuficiente é o suficiente
Outra pessoa sempre dirá que o suficiente é insuficiente
O Sol, o mundo
Mais um dia perdido
Em um sonho imundo
E eu vou continuar buscando
Neste mundo moribundo
Vamos erguer a bandeira
Vamos assumir a glória
Eu só quero deitar e dormir
Eu não tenho medo de partir
De sentir a neve cair
E de tudo sucumbir
De cruzar o oceano e cair da Terra
Feche seus olhos e aguarde
Um novo dia...
Vamos ver as ondas e esquecer nossos rumos.
Um trem não precisa de trilhos para andar.

- Spin.

É possível andar na velocidade do mundo?
Enquanto ele continua girando, você continua parado
E quando você tenta acompanhá-lo
Se percebe novamente preso no passado
E quando olhar para a frente muda sua mente
E o controle se esvai...
E quando alguém vai desvendar as verdades do coração
E ver que o mundo é uma ilusão
E quando a gente depende, descrente
De coisas que a gente nem entende
Me empurraram e me disseram para me libertar
Mas se a liberdade não existe
Por que a gente ainda insiste?
Qual seria a sensação de se jogar na multidão
E continuar vivendo na solidão?
E qual seria o sentido de se jogar na imensidão
Se nem ao menos conhecemos o perdão?
Pegue uma estrela e se sinta especial
O céu acima de nossas cabeças é apenas uma ideia
E para aqueles que vivem, sobrevivem
Eu sorrio e insisto
Não importa o rumo que eu tomar
Irei apenas me deixar levar
E de cortesia
Farei uma melodia
E manterei a alegria.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

- Mint.

Tudo que eu havia de ter eu já tive
Não mendigarei por algo que nem sei
E quando o tempo diz que não há mais nada
Eu invento, eu acalento
Tudo que você criou, por aqui ficou
Eu quero apenas navegar, sem medo de naufragar
Pois de tudo, o que existe?
Além de minha mente, o que há?
O cérebro está sozinho
Esses sonhos estranhos que fazem a gente sorrir
Essas desgraças ingratas que teimam em existir
Esse leito desfeito em que eu finjo dormir
Este receio de olhar para fora e não ter onde ir
Esse estranho sentimento de ter que partir
E quando é que o vento vai levar embora este tormento?
Quando não há nada além da mente.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

- Underwold.

E eu descobri estar passeando pelo mundo dos mortos, ao invés de estar passeando pelo mundo dos sonhos. Acordei, abri a janela e vi o sol.
Um jato de realidade atingiu minha face. Um pássaro morto estava caído no parapeito.
Empurrei-o e um jato d'água molhou-me por completo. Nada em volta. Eu também não estava molhado, fora apenas impressão. Fechei a janela e tentei dormir.
Mas a cada vez que fechava meus olhos, via o mundo dos sonhos cada vez mais distante. E que mundo era aquele que me mostrava os males incuráveis da realidade?
Eu fazia parte do câncer da sociedade?
Joguei duas moedas para o moço na rua, caminhei mais umas quadras e cheguei na zona de guerra.
Não eram nem um, nem dois. Eram milhares de corpos estendidos e estraçalhados no chão. Respirei fundo e segui em frente, ignorando aquela gente, alguns dementes, muitos doentes.
Seria frieza demais da minha parte, não sentir empatia nenhuma por aquelas pessoas?
Seria frieza demais da minha parte, ignorar os pedidos daqueles decrépitos?
Talvez sim, talvez não.
Encarei o grande muro que estava na minha frente. Era ele que me dizia a diferença entre estar vivo e morto?
Era ele que me dizia todas aquelas palavras de piedade que todos ouvem antes de morrer?
Um padre aproximou-se de mim. Disse-me que iria me cantar uma canção e fazer uma oração.
Recusei, uma canção nunca salvou ninguém, e uma oração nunca fez mais do que dar falsas esperanças.
Ele consentiu. Respondeu-me que no fundo, eu estava certo, mas as pessoas precisavam desse tipo de coisa. E foi-se embora, ajudar aqueles que realmente precisavam de sua ajuda.
Sorri, não havia mais nada a fazer.
Desenhei um pequeno símbolo no muro, talvez um dia alguém descubra seu significado. E seu autor.
Voltava para casa, quando fui atingido. De fato, não havia mais nada que eu pudesse fazer por aquelas pessoas.
Suspirei, mas não seria meu último suspiro.
Ergui-me e segui em frente.
Enterrei o pássaro morto que ainda estava embaixo da minha janela e fui dormir.
E descobri que o mundo dos mortos não estava invadindo meus sonhos, e sim, a minha realidade.
O mundo dos sonhos ainda estava em seu devido lugar.
Era melhor dormir.

terça-feira, 12 de julho de 2011

- Girando.

Um senhor estava sentado em um banco isolado numa praça vazia, parecia estar observando o céu nublado, tão branco quantos seus cabelos, era como se o céu fosse uma folha de papel, vazio.
Sentei-me ao seu lado e fiquei a observar o céu também. Ele resolveu conversar.
- Sabe, o tempo flui rápido demais. Parece estar tudo na velocidade da luz.
~ Mas o céu sempre continua devagar, na velocidade dele.
- Tão diferente do vento, que corre sem saber aonde ir.
~ E o céu sempre sabe onde está.
- Essa tranquilidade e esse poder que o céu possui, sempre me ajudou.
~ Como?
- Em minhas mãos, eu levo opressão e tristeza. Há muito tempo atrás, eu me encarregava da escuridão, era tudo muito diferente de como é hoje. A única coisa constante em minha vida, foi este céu nublado.
~ Difícil imaginar. O que fazia? És algum veterano de guerra?
- Não, meu jovem. - O senhor soltou uma leve risada, mostrando as mãos calejadas e com algumas cicatrizes. - Não se deixe confundir pelo desconhecido. Sabe, um dia minha mente se separará de meu corpo, e eu preciso de alguém para guiar.
~ Guiar o que? Do que falas?
- Existiu sim uma guerra, meu filho. Eu era conhecido com o homem da espada vermelha. Mas esta guerra, não era como as atuais, cheias de bombas e artilharias. Eu ficava na linha de frente.
~ Espada vermelha, suponho que seja de sangue, certo?
- Jovem esperto.
~ Você era algum tipo de espadachim?
- Não, meu jovem. Era uma guerra inimaginável para as pessoas de sua geração compreenderem. Ela não está escrita em livros de história, poucos sabem de sua existência.
~ Por que ninguém fala dela?
- Os deuses não permitem.
~ Deuses existem?
- Claro, meu filho. - Ele sorriu e olhou para o céu. - Espero que eles não me castiguem muito, estou vivo há tanto tempo que não tenho mais noção dessas coisas.
~ Quantos anos o senhor tem?
- Se eu lhe dissesse, você não acreditaria. Então de que adianta falar? - Ele me olhou, sem nunca perder o sorriso que lhe adornava os lábios. E então, levantou-se. - A gente se vê. - Fez um leve cumprimento e desapareceu em meio a neblina.
Fiquei ali, sentado, pensando por um bom tempo.
Acho que ele ainda tem algo a me contar.
Ajeitei meus óculos e fui embora.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

- Flor azul.

Essa fumaça que a gente engole
Mais um dia de agonia
Ah, nem os deuses poderiam pagar-lhe
O amor bem-feito, esnobe
Eu poderia cair mais uma vez, sorrir
Um dia desses eu vi meu reflexo
Mandou-me lavar o rosto
Vestir um fato de bom gosto
Deixe a festa acabar para se arrumar
Paguei dois trocados por este punhado de ar
Arrumei a gravata
E andei como uma mulher
Os zumbidos altos
As buzinas insistentes
As moscas que me rodeiam
As mesmas que pousam nos putrefatos
Me dê mais um gole desta bebida amarga
Que o juízo não quero ter mais
Sem um amor para me empenhar
Sem bandidos para procurar
Ando no escuro, procurando algum motivo
Então desafine a viola
Eu não preciso de um canto para cair morto
Só de um sorriso
Me deseje um bom dia
Para sempre serei o forasteiro
E mesmo sem voz
Continuarei a cantar
Talvez o mundo não seja tão pequeno
Então eu farei uma trova
E em quatro versos, direi
Fechei-me em minha alcova
Para fugir deste mundo que criei.

domingo, 5 de junho de 2011

- Maybe.

Talvez
Talvez a porta não se tranque
Talvez abrí-la não resolva
Eu olho em minha volta
Medo, mas ninguém se sente inseguro
Sorria e faça um cumprimento
Talvez um bom dia não seja uma estrada
Talvez você possa ver a cor da alma deles
Talvez
Isso não seja ruim
Talvez eu esteja apenas procurando dentro de mim mesmo
Pelo meu verdadeiro eu
Enquanto este céu cinzento continuar cobrindo a luz
Talvez um dia eu possa construir um paraíso
Talvez eu apenas não possua nenhum afeto
Talvez eu seja apenas um cadáver em vida
Talvez
Talvez a luz esteja parando de me ferir
O vento frio cortante
Eu acredito
Um dia tudo irá se extinguir
Talvez
Esse seja o fim do conhecimento.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

- Himitsu.

Eu poderia apenas abrir as portas do meu coração e deixar os demônios entrarem.
Mas as raízes que o protegem são tão fortes que nem a espada do maior herói poderia cortá-las.
Mas, se meu herói for um demônio, o sentido não se faria realmente necessário, nesse tempo desnecessário?
Nós não podemos falar, nem ao menos tentar. Mas alguns demônios são realmente piedosos.
E se nós fizermos um canção silenciosa para aqueles que perderam sua voz em batalhas, então poderíamos nos fazer acreditar.
Talvez a conversa com aquele garoto morto me fez ver a humanidade perdida em sonhos e desejos idealizados e não realizados.
O cheiro das flores não é mais tão doce, por quantas espécies, o cheiro azedou, e elas se mantiveram de pé, aguardando o julgamento calmo da natureza?
Nesses dias escuros, muitos perderam seus poderes, mas poucos perderam a coragem, e seguiram na mesma estrada mesmo sem poderes, batalharam mesmo sem armas, lutaram memo sem braços.
Se você puder ouvir o som da luz, então eu poderei passar pela impiedade desse tempo transitório.
E quando o vento estiver tão frio e tão seco que sua pele estará prestes a arrebentar, olhe em sua volta, pois sempre haverá uma pedra no meio do caminho, e uma planta na beira do rio.
Talvez a floresta não esteja tão longe assim. A floresta das ilusões, aonde todos nossos segredos são guardados.
Na floresta onde todos nós vestimos branco, a grama é macia como algodão, a água cristalina como diamante, o vento suave como um véu e o tempo morno como um terno abraço. Aonde as folhas mortas dançam, expressam seus desejos e alcançam o outro lado do mundo, flutuando pela alma dos que já passaram por ali e retornaram, oferecendo seu castigo interno como piedade para os que continuam ali.
Sempre haverá um lugar onde as memórias terminam e nenhuma lembrança poderá ser salva, aonde o conhecimento termina e tudo se apaga, quando a decoração é desfeita.
Aquele rosto pálido abre os finos lábios, suspirando delicadamente, sussurrando a última prece, desamarrando todos os laços, beijando suavemente a solidão.
Enquanto você puder, adormeça.
Pois quando não estiver no controle, as árvores poderão cortar suas mãos, e retirar um pouco da solidão.
Em seu sangue, estarão as marcas de sua vida corrompida.
Nem as mais puras águas poderão mostrar o reflexo de seus olhos, sugando lentamente seus pensamentos.
Então esqueça o final, o tempo é um vácuo, enquanto o sol perfurar seus olhos e em sua mente houver dúvidas, rejeite este fluxo, pois não haverão palavras, não as que você tem procurado.
Caminhe sozinho, pois apenas o tempo poderá lhe dizer o caminho das cerejeiras.
E as cores que os cegos enxergam.

sábado, 23 de abril de 2011

- Break the mirror.

O que você vê quando olha para o espelho? Você mesmo, ou quem você quer ser?
Quase ninguém enxerga quem realmente é.
Ninguém compreende seu verdadeiro papel.
Quase ninguém é útil, quase ninguém se reconhece.
Meu corpo dói, e eu aceito isso. Esse é meu castigo, por não saber medir minhas ações.
Nossa vida é um reflexo, às vezes somos reflexo do resto do mundo, e nem nos damos conta disso.
Ora, não é como se cada ação tivesse uma reação. É como se nós não agíssemos.
Eu me olhei no espelho, vi as feridas em meu corpo, senti dor. Pensei em deitar e descansar. Então percebi que não era isso.
Estava sofrendo as consequências, cada marca que possuo, é a retribuição de cada ação imprudente que cometi. Poucas são realmente cicatrizes de batalha, mas, eu sou contra batalhas. E então?
Eu vi quem eu realmente era. Alguém que reclamava, não agia. Minha vida, era realmente isso que eu queria dela?
Olhei para fora. Não, definitivamente não.
Não era nesse mundo que eu gostaria de viver.
Mas nós não temos outro mundo, nosso mundo está em nossa cabeça. O reflexo.
Será que eu também era um reflexo daquele mundo que eu tanto odiava?
Eu queria fazer algo. Não. Eu precisava fazer algo.
Eu precisava fazer algo por aqueles que não viam onde viviam, que não sabiam quem eram, que cometiam as desgraças. Era minha missão.
Então olhei em minha volta. Eu precisava começar por baixo.
A vida é como uma escada, temos que subir degrau por degrau.
Se subir mais de um de uma vez, você vai cair.
Pode ter algum degrau molhado, e você vai escorregar.
Mas pra isso existe o corrimão, você se segura nele para não cair.
E continua a subir.
Eu aceitei o estado deplorável que meu corpo se encontrava.
Mas ao invés de ir deitar, eu me levantei e fui procurar a escada.
Mesmo mal conseguindo me mover, puxei minhas pernas com muita dor, me esforcei e saí.
Talvez aquilo não fosse tão ruim.
Começando por baixo.

BACON?

BACON?

Answer here

terça-feira, 5 de abril de 2011

- Hikari.

Um convidativo sorriso mostra as sombras dos homens, mas, demônios não possuem sombras.
Fechando seus olhos devagar, sinta a correntes.
Pessoas que nunca amaram, também nunca sonharam.
Se nunca conheceram o amor, podem alcançar sonhos.
Mas alcançar sonhos, sem sonhar.. É possível?

quinta-feira, 31 de março de 2011

- Otherside.

Se há muito sofrimento, também há sempre alegria e vice-versa. Até estas lindas flores algum dia irão murchar e todas as coisas vivas deste mundo não param nem por um momento. Estão sempre se movendo e mudando, esse é o maior prazer existente, a vida das pessoas é igual.

Mas, se a morte certa espera por todos, não é a tristeza que deveria controlar a vida de todos? Enquanto se vive, não importa quantas vezes tente se alivar do sofrimento, ou quantas vezes buscam por amor e alegria e, a morte sempre acaba com tudo. Se é assim, para que um homem nasce? Não podemos fingir que não existe a morte, completa e eterna.

Apenas não se esqueça de uma coisa:

A morte não é o fim de tudo, a morte é o passo que leva à vida seguinte. A morte não é algo definitivo. No passado todos aqueles que nasceram neste mundo, mas foram chamados de santos, todos puderam superar a morte, se entender isso se tornará o homem mais perto de Deus.

As flores nascem e depois murcham... as estrelas brilham, mas algum dia se extinguem.... comparado com isso, a vida do homem não é nada mais do que um simples piscar de olhos, um breve momento. Nesse pouco tempo, as pessoas nascem, riem, choram, lutam, são feridas, sentem alegria, tristeza, odeiam alguém, amam alguém.

Tudo isso em um só momento.

- Shaka De Virgem.

quarta-feira, 16 de março de 2011

De muitas mortes já morri, de muitas dores já sofri.
Mas nenhuma delas foi causada pelo bacon que ingeri.

domingo, 13 de março de 2011

- Banana.

Tava filosofando aqui, tem gente que se eu morrer nem vai saber né.
E a maioria vai ficar feliz 8D
Todos chora.


Bom dia.

sexta-feira, 4 de março de 2011

- Shadowz.

Eu sentia. Estava bem próximo.
O que eu poderia fazer, senão aguardar?
O tempo.. Ahh o tempo. Maldito tempo!
Nunca serviu-me de nada.
Ele acreditava nas pessoas, eu desconfiava.
Éramos como.. Gêmeos.
De pais diferentes, vidas diferentes, mundos diferentes.
Mas por um momento, compartilhamos o mesmo sangue, a mesma alma.
Lados diferentes. As sombras.
Um vivia na escuridão, outro, nas sombras.
Iguais? Não, diferentes. Semelhantes.
Mesma estrela, mesma constelação? Talvez.
Unidos por uma pequena corrente.
Enferrujada, esquecida? Com certeza.
Viva? Obviamente.
A luz... A luz azul, não iluminara seu coração?
Nada ilumina as trevas. Nem a vida, nem a morte.
Os pecados.. Aqueles pecados.
A luz os limparia?
Nunca.
A batalha está próxima.
O esquecimento é iminente.
O esquecimento já ocorreu, falta a batalha.
De que lado seria a batalha? Bem ou mal?
Mal ou bem?
O meu lado.
Não existe bem ou mal na escuridão, meu amigo.
Nem o inferno é feito só de dor e maldade.
Nem o céu é feito apenas de alegria e bondade.
Tudo tem seu lado ruim.
Tudo tem seu lado bom.
Com quem estou conversando?
De que lado você está?
Próximo, próximo.
Você mesmo.
Bem ou mal?
Eu mesmo.
Loucura?
Sombra.
Escuridão.
Uma batalha? Que batalha?
Sem máscaras.
Sem máscaras? Que máscaras?
A da morte.
Não existem máscaras.
Olhe para dentro.
Dentro da onde?
Seu coração. Bem e mal.
Bem ou mal.
Você.
Não existe humanidade na igualdade.
Humanos são diferentes.
E se você... Não fosse humano?
Eu não poderia ser.
Todos somos animais.
Você é um animal.
Racional!
Irracional.
Sentimental.
Animais tem sentimentos?
Mais que humanos.
Então eu não sou um animal.
Essa respiração fria..
Você tem!
De menos.
Demais.
Ódio.
Amor.
Como pode dizer essas coisas? Nem ao menos me conhece!
Eu sou você.
Não, eu sou eu.
Nós somos você.
Não, você não é eu.
Sombra e escuridão?
Eu sou a sombra, e você, a escuridão.
Mesma coisa.
Neutro.
Mentiroso!
Ele acreditava em você.
Ele não confiava em mim.
Você se traiu.
Eu o traí.
Nós te traímos.
Traição...
É a maldição. A mesma garra que lhe protege..
Me machuca.
Exatamente.
Mas aquela não era minha garra. Era outra.
Era a garra que te acariciava.
A garra que segurou na hora de cair, não lhe protegeu, lhe cortou.
Essa foi a traição!
Não, foi a segurança.
E o último encontro?
Palavras são apenas palavras.
E os gestos?
Haverá mais uma batalha.
Entre quem?
Você.
Eu e quem?
Você.
Eu versus eu mesmo?
Não, você, contra si mesmo, obscuro.
Meu outro eu!
O sangue é da mesma cor...
Mas as propriedades diferentes!
Mas as propriedades diferentes.
E a doença?
E a força de vontade?
E o ódio?
E o amor?
A dor..
A esperança.
Não existe esperança!
Sempre existe.
Não, não pra mim. Existe eu. Calculista.
Se és tão frio e calculista, por que discutes comigo?
Porque..
Erro de cálculo!
Alguém..
Alguém lhe desconfigurou!
Não!
Quantas mortes mais pode aguentar?
Quantas forem preciso.
Tens certeza?
Física?
Psicológica.
Nenhuma das duas.
Está preparado?
Não!
Tem tempo.. Pouco tempo. Já foste esquecido.
Eu nunca serei esquecido! Eu sou o melhor.
Já fostes o melhor.
Então voltarei a ser o melhor!
Nunca voltará a ser nada, senão lixo.
Como você sabe?
Eu sinto.
Mas não pode!
Eu posso, eu sou você.
Eu vou lutar contigo?
Não, com ele.
Ele quem?
A sombra.
A escuridão.
Seu coração.
Minha oração.
Vá embora.
Me perdoe.
Já não importa mais.
Esqueça.
O tempo passou.
Onde está a luz azul agora?
Não me importa.
Nada mais importa?
Eu importo.
Então faça uma oração.
Para que? Para quem?
Para o tempo lhe perdoar.
Não há perdão para mim.
Então só há a solidão.
Ela foi a única que me acompanhou. Os outros esqueceram.
Há males que vem para o bem.
Estou mais forte?
Ainda não está cicatrizado.
Aguardo?
Não perca seu tempo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

- Pale Dark.

Era uma noite escura, sem luar.
Eu estava numa floresta escura, seca, sem vida. Parecia um daqueles filmes de terror de segunda mão.
Encontrei um canto vazio, resolvi me estabelecer ali para descansar durante a noite.
Estava frio, muito frio.
Armei uma pequena barraca, me deitei com a cabeçapara fora, fiquei observando océu, apesar do frio, eu continuava ali.
Foi então que comecei a sentir um calor, um calor muito intenso.
De repente, uma luz. Uma luz azul claro.
Saí da barraca e fui ver o que era, não parecia nada.
Foi então que a luz falou comigo.
~ Eu gostaria de lhe acompanhar.
- Por quê? Eu sou um viajante solitário, não há motivos para querer me seguir numa jornada sem sentido.
~ Porque eu quero. Eu sinto que devo lhe acompanhar.
- Eu não preciso da sua companhia.
~ Então apenas deixe-me ficar esta noite.
- Certo. Mas só hoje.
A luz entrou na barraca, se eu me sentei de frente para ela.
~ O que há dentro de seu coração?
- Nada.
~ Nem ódio, nem amor, nem dor, nem nada? Impossível.
- Nada mesmo. Apenas uma pequena saudade de muitas coisas que jápassaram, mas uma saudade boa, uma falta saudável.
~ Então tem algo. Isso significa que seu coração está aberto?
- Aberto não, livre. E ser livre não significa estar aberto.
~ E se eu quiser abrir seu coração, o que eu preciso pra fazê-lo?
- Deixar de lado esse objetivo, e apenas ser você mesmo.

(estou com preguiça, continua depois.)