sábado, 4 de dezembro de 2010

- In Limbo.

Acho que tem algumas coisas que eu talvez nunca entenda..
Estava caminhando esses dias, passei por lugares conhecidos.
Mas tudo me soava novo.
Olhe a minha volta. Ninguém conhecido.
Ninguém a conhecer. Nada a falar.
As pessoas me observavam, como se eu fosse um estranho, como se soubessem quem eu era e não me quisessem ali.
E tinha um olho.
Um olho quebrado.
Sempre me vigiando.
Não tinha como me esconder, ele estaria ali. Me observando.
Eu não podia voltar, muito menos ir. Estava paralisado.
Era um limbo, era algo diferente.
Tantas pessoas já foram, tantas pessoas já passaram, tantas estão por vir, e eu sempre aqui.
Observando-as passar.
Eu nunca gostei de me mover. Gosto de ficar parado, esperando as pessoas que irão se sentar comigo.
Mas as pessoas gostam de andar, de se movimentar.
Às vezes eu mudo de lugar, mas nunca mudo.
Eu estava sentado, no mesmo lugar de sempre, observando as pessoas indo e vindo.
Mas bateu um vento frio, e ele me dizia claramente para ir embora.
Ele me disse, que eu poderia ficar ali sentado o resto da vida. Ninguém iria voltar, ninguém iria parar, ninguém iria sentar. Não ao meu lado. E foi-se, sem deixar rastros.
Eu fiquei ali parado, mais um tempo.
Já estava escurecendo.
Levantei-me, e fui para casa.
Aonde as pessoas vem e vão, mas sempre voltam.
Aonde é minha casa?
O mundo é meu lar.
E as pessoas sempre se esbarram novamente, não nos mesmos lugares.
Se acontecer no mesmo lugar, elas podem ficar presas.
Talvez naquele mesmo limbo, social, emocional.
Tranquei a porta de minha casa.
Só quem tem a chave pode entrar aonde as pessoas voltam.
Ninguém tinha a chave.
Ótimo.
Dei mais uma volta na chave, para me assegurar, e fui para dentro.