sexta-feira, 30 de outubro de 2009

- The Moon.

Sou um raio
Frio como a cor que tenho
Porém possuo uma luz
Que só pode ser vista quando todos fecham os olhos
Eu possuo uma alma
Porém eu não tenho vida
Toda vez que o dia aparece
Eu fujo
Todos me conhecem
Quantas festas eu já não participei?
Quantos funerais já não presenciei?
Estou vivo há muito tempo
Todos cultuam minha beleza
Porém, quantos já viram meu coração?
Isso me destrói por dentro
Não possuo dor física
Não possuo lágrimas, como já diziam os bons:
- Você sabe que não pode chorar no espaço, porque lá não tem gravidade.
Mas é lá onde as almas descansam
Quantas almas perdidas eu já não mostrei o caminho?
Não sou rápido, nem tão lento
Ando na velocidade em que você anda
Eu não respiro, mas sinto a pressão do ar.
Tão diferentes, tão peculiares
Quantas vidas eu já não vi serem feitas?
Quantas vidas eu já não vi serem destruídas?
Eu não durmo pelas manhãs
Eu fujo
Para que você não saiba o quanto eu te admirei enquanto estava de olhos fechados
Espero que não ligue, mas eu sinto sua alma
Espero que não saiba, mas a morte não leva todas as almas.
Não adianta retirar vidas de corpos sem almas
Do mesmo jeito que não adianta dar almas para corpos sem vida
Porque o eco da minha voz se quebra no vácuo
Porque nenhuma música que eu toque será ouvida
Eu não quero ser esquecido, porque eu fui um erro cometido
Ganhei uma alma mas não ganhei um corpo
Enxerguei sua face mas não ouvi seu nome
Entendi seu olhar mas não senti seu calor
Porque estou longe
Porém, não obstante de te amar
Espero que um dia você abra os olhos na hora errada e enxergue a verdade
Pois por enquanto, eu estarei aqui, em meu lugar
Aguardando seu olhar.
E esperando que possa fugir antes da meia noite
E que possa fazer a luz que me cega desaparecer enquanto fujo.
Ou a alma viva encontrar um corpo vivo, fora da frieza de minha pele.
Porque você pode me ver, mas não pode me tocar.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

- Do you get the picture?

Não eram as terríveis chuvas dessa tarde que me entristeciam
Não era algo difícil, nem fácil.. Era só complicado, talvez.
Era o fato de eu poder pensar. Não é estranho né? Todos pensamos. Mas também não era comum.
Afinal, nossos pensamentos são formados por sons, imagens e palavras, certo?
Então, para que servem as palavras? Digo, letras, e talvez sons. Se sentimentos são melhores entendidos com toques e olhares?
É como um pequeno inseto na parede, está ali, mas ninguém repara.
Mas se for parar para pensar, as palavras talvez sejam mais importantes do que parecem.
Existem coisas que não se pode ver
Existem coisas que não podem ser sentidas
Mas uma palavra vai estar sempre ali, sendo ouvida ou escrita, ela precisa ter uma presença.
Uma palavra não pode ser invisível, ela sempre vai dizer algo, mesmo que seja uma mentira, ou uma futilidade. Ela serve para isso.
E nós nunca damos à ela seu devido valor, afinal, ninguém mais ouve ninguém hoje em dia. E na verdade, nunca ouviram.
É estranho ver que se pode sentir sem ver, falar sem saber, gostar sem ver.
Como se nada na realidade fizesse sentido, mas na verdade, nada faz sentido.
Você pode tocar, ver, sentir, cheirar, saborear, mas existem coisas que nunca serão explicadas, existem coisas que não dá para saber. Apenas não fazem sentido.
As incontáveis vezes em que perdi a linha do meu raciocínio em outros lugares, isso já prova que não é a realidade que existe; é o seu como de enxergar.
Talvez sim, talvez não, não sei.
Na verdade, eu tinha algo na cabeça, mas eu esqueci. Faz muito tempo, desvirtuei total.
Mas não ligo, na real nem sei mais de nada.
Acho que.. Sei lá.
Batatinha quando nasce, planta bananas num colchão
Menininha quando dorme, descobre que é sapatão
Enquanto o menininho, vira travecão.
Foda-se.

sábado, 10 de outubro de 2009

- I Can't Take This.

Todas as vezes que pensei em escolher entre o gelo e o fogo
Eu nunca tinha pensado numa terceira opção.
Ela me pegou com força, uma paixão arrebatadora
Justo eu, que pensei que nunca mais iria sentir isso.
Enquanto eu me decidia, minha alma era sugada aos poucos
Quando dei por mim, estava em suas garras.

Perdido na emoção
Gostaria de ver sua face
Sem sentir meu coração, eu sei que nunca é tarde.
Minha adorada morte, poderia eu me segurar em você?
O gelo não matou minha sede
O fogo não conseguiu me esquentar
Mas a morte, ah.. a morte.
Essa conseguiu me pegar.

Eu gostaria de sentir seu cheiro
Ouvir sua voz
As últimas palavras, a última visão de um jovem perdido
Gostaria de ver seu rosto
Será que seus olhos são tão profundos quanto a sua força?
Será que eu suportaria saber como é seu gosto?
Não quero sofrer, por favor, apenas me leve de volta
Me entregue ao paraíso, ou ao inferno congelado
Enquanto eu não encontro seu coração
Apenas me deixe curtir essa solidão
Nesse vazio eterno.

Eu não me importo com sua beleza
Eu apenas quero curar sua tristeza
Com o toque sólido
De um destino insólito.