quinta-feira, 4 de outubro de 2012

- Yozora.

Eu sigo numa estrada sem volta
E eu sei que se nós nos encontrarmos uma vez, iremos querer uma segunda
Em uma estrada de apenas uma mão
Nossos destinos nunca irão se cruzar novamente
Eu prefiro continuar em meu caminho de solidão
Do que ser um egoísta sem razão.
Continuarei em busca daquele jardim florido
Em uma terra encantadora, a qual poderei chamar de casa.
Um dia eu retornarei, mas meus princípios eu nunca esquecerei
Nunca abandonarei meu sorriso
Pois meu caminho fui eu que construi
Com as pedras que colhi
Deixando partes de mim para trás
Renunciando ao dia de amanhã, matando meu espírito com luz
Olhos negros, totalmente incapazes de sugar minha alma
E ler minhas ações
Se um dia a estrada fizer uma curva, por acaso
Uma flecha se disparará de meu arco
O futuro que eu procuro se encontra em minhas mãos, e eu sorrio.
Vai ser sempre assim.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

- Daybreak.

Perguntaram-me se eu era um poeta. Respondi que não.
Não sou poeta e nem quero ser.
Poetas não são felizes.
Já vi muitos poetas apaixonados se declarando em dias ensolarados, vivendo suas vidas no passado.
Nunca vi um poeta sinceramente feliz, nunca vi um poeta sinceramente infeliz.
Poetas não têm sentimentos. Eles absorvem os alheios.
Eu já sei muito do que posso ser, talvez sem nem mesmo ver, direito.
Não sou um poeta e nunca irei ser.
Eles amam para sofrer, vivem para morrer e sentem a dor sem a ter.
Poetas vivem platonicamente, descrentes.
Se esquecem do que o mundo é feito, de tudo menos poesia.
Poetas gostam de rimar, eu prefiro vivenciar.
Talvez eu seja apenas um pessimista
Que se tornou um romancista.
Que vive de tudo, menos de poesia.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

- Uta no Rin.

O segredo escondido na primavera
Um desejo de vitória para aqueles de mente vazia.
A necessidade de se inspirar, a necessidade de selar.
Seguindo sempre o caminho do meio, de costas para os dias passados...
Sem esconderijos, sem tormentos
Os raios do sol clareando as mentiras brancas contadas no fim do inverno
Os dias de verão, jamais esquecidos, transbordando arrependimentos pelos que já se foram...
Hoje a lua está pálida, algumas histórias não podem ser contadas pelos ventos
Louvai a compaixão, pois o brilho do coração é algo efêmero, a passagem do tempo é sentida e os ecos perdidos
Espíritos insolúveis presos em uma obsessão sem solução
Corpos transientes presos em restos de sangue jorrados pelos deuses
Contos tristes são ouvidos pelas paredes sem pedras, fragmentos de histórias inacabadas
Tudo que possui forma, pode ser quebrado.
Então eu abro meus braços e me liberto de tudo que há de ruim
A imundície transformada em poesia
Enquanto alguns insistem em escrever sobre amor
Enquanto alguns insistem em escrever sobre a dor
Eu continuo me perguntando e insistindo em escrever
Por que os humanos nascem apenas para desvanecer?
Dentro de um fluxo espiral constante de tempo, eu me nego a fugir
Pois não existe poesia sem desarmonia
E não existe sentido em uma poesia
É tão solitário pensar em quantos desperdiçam suas vidas em ideais infindáveis
Se eu pudesse retornar para aquele verão outra vez, eu gritaria todos os meus sonhos distantes, ouvindo o eco daquela voz que eu nunca esquecerei
E certamente teria esquecido todo o futuro que estava escrito naquelas flores
Três dias de diferença, e eu certamente terei me enganado.
Eu vou continuar admirando aqueles que ainda conseguem confiar, que ainda conseguem se manter amarrados à uma maldição chamada sonho.
Meu espírito é facilmente dissipado, e eu não preciso de palavras para deixá-los ir
Eu sei que isto está acima de meu poder, mas aqui está meu ideal.
Que ninguém pode entender.
A fria canção da primavera não irá se tornar uma música.
Pois não há sentimento para isso.