segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

- Embriagado.

Não são nem meia noite
Eu já perdi meu posto
Desando, louco
Disposto, bem solto
Não vejo o tempo passar
Desemboca meu rio
Me deixo levar
Provoca meu riso
Sua voz baixa
Me chamando
Eu imploro
Tenha piedade
Essa hora, a silenciosa cidade
Eu sussurro "por favor"
Esse quarto sem janelas é pequeno demais
Me deixa fingir
Fingir que não me apaixonei
Me deixe fugir
Pois tenho medo de me entregar
Ou fique aqui
Para em seus cabelos eu me embolar
Embaraçar, acariciar
Em teu corpo quero morar
Aprendi que poetas não devem amar
Mas eu transbordo
Transbordo amor em ti
Transborda em mim, amor
Contigo ao meu lado
Meu corpo perde o cansaço
Em seus beijos, me afogo
Quebro meu copo
Me encosto onde for
Só para sentir
Rezo um terço
Peço perdão
Mas acolho, me derreto
Em teu calor
Construo, monto, demando
Se preciso, uma mansão
Para te ter em minhas mãos.
Descansando
Morando em meu coração.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

- Nem sei.

Não sei falar francês
muito menos espanhol
Arrisco um pouco no inglês
Mas eu sei mesmo é português
Posso cantar em japonês
Estudar um pouco de alemão
Mas já te digo, de antemão:
Meu foco é o português.
Do meu jeito brasileiro
Tiro onda de pistoleiro
Sonho em outras línguas
Mas apenas em tua quero estar
Danço outras músicas
Mas eu realmente não sei sambar
Viro o rosto, tento disfarçar
Mas não escondo o sorriso simples
Felicidade não se vende no bar
E eu não fico vendo a vida passar
Mulher
Posso aprender norueguês
Australiano, talvez
Posso dar uma de italiano
Debaixo dos panos
Seduzido como em coma induzido
Por esse amor infinito
Melhor não tem
Te levo
De Copacabana à Paris
Mas do carioquês ao tailandês
Vou sempre te cantar
Cantar em português
Te levo da praça para o mato
Que a saudade vai ser a mesma
Melhor em ti, mulher.
Entre duas palavras
Entre mil lugares
Entre duas mil línguas
Apenas em ti quero estar
Posso formar
Se preciso, criar
Uma língua só nossa
Para expressar
Que contigo quero ficar.
Mas
Sempre vou cantar
Cantar para você
Em português
Para você entender.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

- Demência.

Quero ter um corpo forte
Para lidar com a dormência desta vida frágil
Se tudo aquilo que nós esquecemos
Nunca tiver existido?
Então vamos cantar um hino para exaltar a feiúra do homem
Todos um dia iremos virar estrelas
Seja do céu, 
ou do inferno
O que dizem ser humanidade
É apenas um retrato do passado misturado
Com a impunidade sem significado
O que é o correto?
Ouço ecos de sofrimento
E aquela sensação de liberdade
Dos seres que se desligam da realidade
A consciência da tristeza
E sobrepõe a um estado de depressão
Poderia lamuriar sobre a dor que rasga meu peito
Mas se o mundo está doente
Eu me trancarei em minha fraqueza?
Ou mudarei a fim de viver
E medicar os indigentes?
Pergunto-me
Se eu esquecer de todos
Eles deixarão de existir?

- Amo-te.

Amo-te
Não com amores a tardar,
Elucidando ideias a perdurar
Não fantasiando eternos ou infernos
Amo-te simplesmente.
Amo-te neste momento
Como quem há de amar e viver
E de viver para amar
Um homem que nunca amou
Nunca viveu verdadeiramente
Não importo-me que enfeitem
Não importo-me que tentem mudá-lo
Em meu mundo
Amo-te eternamente neste momento
Em todos eles
Ao seu lado.
Seja agora
Seja para todo o sempre.
Simplesmente amo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

- Sustain.

Entre um céu sem cor
Eu me disponho
Aqui, deixe existir amor
Em busca de um novo universo
Ouço a morte sussurrar em meus ouvidos
A fria resposta para a vida
Entre tantos receios
Atrás de uma vaga imagem
Sou um mero leitor
Reproduzindo sentimentos
Há de ser verdadeiro aquele anseio?
Desde então, eu percebo
A distância entre meu ego e meu desejo
A vergonha, a tentativa, a disciplina
Entre tantas palavras desnecessárias
Entre tantas pessoas desnecessárias
Eu busco a verdade, acima do apego
Não sustentarei mentiras
Muito menos meias palavras
Não vivo pela metade
E não me entrego para a maldade
Dentro de uma humanidade perdida
Eu me encontro
O ser mais humano, dentro de um monstro
Se eu revelasse meus sentimentos desfigurados
Você beijaria minha insegurança velada?
Não quero me tornar um passado peregrino
Quero ser um futuro celestino.
Para, talvez, deixar aqui aflorar.
Longe dos venenos que continuam a despejar.

domingo, 30 de novembro de 2014

- Want.

Eu quero um amor simples
Não apenas para o verão
Quero alguém que não se importe
Se vai sentar no chão
Ou no melhor colchão
Quero alguém que se suje
Alguém para ficar ao meu lado
Sem se importar se é pão
Ou um vinho bom
Alguém que fique em qualquer lugar
Até mesmo na solidão
Porque os dias não são feitos
Para ser perfeitos
Mas o tempo que passo ao seu lado
Há de ser sem jeito
Pois não faço questão de um amor perfeito
E sim de um bom queijo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

- Chase.

Os dias de verão que nunca têm fim
Aquele calor congelante
E o frio que queima todos ao nosso redor
O que eles diriam
Se meus olhos pudessem falar?
Mas eles são mudos
Eu costumava correr da chuva
Mas agora prefiro me molhar
Lembro-me como se fosse ontem.
Eu prefiro ser honesto
Mas
Você não precisa dizer isso em voz alta
Estamos todos em um coma profundo
Observei as ondas irem
E lembrei-me de uma canção
Talvez eu esteja sozinho ao mar
Ou apenas sonhando
Com você.
Sem forma
Nunca iremos assistir aos sonhos que não podemos alcançar
Pois
Alcançarei o mundo, me lançarei ao mundo.
Com você.
Rompendo as sombras e transbordando ansiedade
Talvez essas sejam as cores
De um futuro embaçado.

domingo, 16 de novembro de 2014

- Celeiro.

Não sou de fazer poesia gourmet
Faço poesia para qualquer um entender
Faço poesia de celeiro
E não faço nada por dinheiro
Num ando com isqueiro para fogo não causar
Mas ando com uma força que nada pode apagar
Não sou determinado para mudar o mundo
Mas com um pouco de concentração
Faço de pouco um tudo
Não tenho paciência p'ressas dores apressadas
Nem louvores descarados
Quero aproveitar cada minuto
Sem perder um segundo
Me deixe aqui com meus insetos
Que eu fico quieto
Sempre indiscreto
Indo direto ao ponto
Em mim nada é secreto
E para você, faço de tudo um conto
Que seja agradável de ler
Procê ver
É melhor se cuidar
Que eu sei que você não sabe nadar
Nessa vida de enchente
Que enche a gente
Com esse povo metido a inteligente
Tudo impaciente
Faço um arroz e feijão
E vou viajar de balão
Que é melhor que ficar no meio desse povão.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

- Dilemas.

Aquele engate
Enlaço
Embaraço
Desengato em nós
Aquele debate disparate
Vem cá, em nós
Esfumaça, desabafa
Desacata meus sóis
Entre poemas e dilemas
Eu tenho um teorema
Que a realidade é um sistema
Que algema, envenena
Dentre esse mar de girassóis
À sós
Inebriado e embriagado
Perdido na liberdade de ser
Ser sem ter
Me encontrando e semeando
Me embaralhando
Na harmonia desse perfume
Presume e me assume
Seja o que for
Eu vou.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

- Oeste.

Me enlouqueça
Conjugue o meu verbo
Me inspire
Me respire
Escondo-me atrás de ensejos
E declaro alguns de meus desejos
Entre alguns abraços
E outros enlaços
Escondo-me destes olhos que me leem
Que me decifram
Sem omissões
Apenas paixões
Se deixe levar
Por esta jornada sem fim
Para algum lugar além do oeste
Sente-se comigo
E aproveite a vista
Não importa de onde veio
Para onde vais
Aproveite aqui
Este calor
Em meio ao frio
E me deixe aproveitar
Só um pouquinho.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

- Canvas.

Uma poesia atrofiada
Entre falta de palavras
Sem muita certeza do que digo
Poucas rimas bastam,
Para aqueles que sentem
Ignore esses macacos falantes
Que o Elíseos é logo ali
Debaixo do céu
Que apenas eu e você vemos
Dentro destas ruas inexploradas
Cada animal, vivendo dia a dia olhando para o chão
Sem determinação
Lutando contra as nuvens, contra o sol, contra a natureza
Como zumbis em frente de telas
Telas, quadros.
Pintados no topo de cada vida
Com um ou dois toques
Sem retoques
A melhor obra é aquela bagunçada
Escrita em um papel amassado
Desenhada com um pincel quebrado
Que a gente nem sabe como foi feita
Só sabe que vê
Que basta
O resultado.

sábado, 1 de novembro de 2014

- Watercolors.

Fim de tarde
Fiquei parado observando o pôr-do-sol
Neste início de noite
Um bobo de um poeta
E seus papéis
Tudo parece desaparecer ao final deste dia
A certeza, concebida
Me faz rir alto
Certamente eu vivo em extravagância
Mas isso é uma vantagem
Vejo, todos os dias
Vidas rumando aos seus rumos
Rumos seguindo suas vidas
Todos procuram por alguém
Para completar seus mundos
Mas já estive em todo o mundo
E seus mundos já chegam completos
Completos de si mesmos
Não como caixas.
Talvez eu tenha me distraído
Dançando um bolero
Olhando para cima, uma gota de chuva cai
E jogo fora meu guarda-chuva
Acho que me acostumei a sorrir.

- Referencial.

Dentre os truques
E trunfos
Dessa vida
Desengano-me dessa moda "sem coração"
Distante desta geração
Em outro tempo e outro lugar
Poderia estar correndo entre as estrelas
Mas neste lugar
Sem uma referência
Até os primeiros raios de sol aparecerem
Tudo que preciso
É de um sorriso.
Meu referencial de esquecimento
Do resto do mundo.
O agora.
A melhor referência.
Apesar do embaraço
Sempre há o ensaio de um abraço
E um pequeno cortejo
Que eu finalizo com um beijo
Em mãos quentes.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

- Monocromia.

Eu perdi minha carruagem enferrujada
Como se eu fosse um idoso, 
perdido em um mundo novo
A sensação real de um sonho
Minhas lentes estão sujas
E não há como limpá-las
Ou a cidade está ficando embaçada?
As flores que possuo em minhas mãos
São apenas decorativas?
Ouço o canto das cigarras rasgando o silêncio
Estaria eu,
Vivendo
um louco devaneio de verão?
Em dúvida se o lugar que vivo
É uma cidade de ferro
ou de vidro
Deito-me neste chão
Observando a monocromia
Mas eu tenho algumas tintas
E posso pintá-lo
- colorir o mundo -
No cinza escuro de minha mente
Com apenas uma tinta
Até o universo acabar
Com meus braços estendidos
Eu pintarei seu retrato.

- Distance.

Sinto vontade de acelerar até o fim do mundo
Distante
Até onde eu mesmo posso me levar?
De alguma maneira, eu me perdi neste dia ensolarado
Mas era noite.
Estou à procura de evidências
Por que meus pensamentos permanecem bloqueados?
Suavemente, como um vagalume na escuridão
Eu a vejo brilhar
Distante
Talvez eu seja mais esperto que isso
Mas já deixei muito para trás
E a tristeza se desfaz toda vez que caminhamos.
O vento está forte hoje
A noite estrelada
Está quente.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

- Bloom.

Qual seria o remédio para o amor?
Os efeitos colaterais não irão embora
E eu penso, o mais distante possível
Eu poderia lhe dizer meu pedido
Mas
Eu abri as asas de meu coração
Apenas para alcançar você
Ilusão
Tudo que aprendi
Eu apenas sorri
E não tenho nada lógico em minha mente
Escuridão
Seria esse o meu sonho?
Como meu último argumento
Tenho a dizer
Algumas coisas,
Nunca lhe enviarei
Em meu sonho
Algumas coisas,
Nunca alcançarei
Amanhã o dia estará mais claro
E talvez eu entenda o que estou fazendo aqui
Uma flor sem nome
Todos buscamos frequentemente
As memórias de nossos futuros
Meu coração transparente
É como uma roda gigante
Segurando e soltando
Jogando, sem pensar
Esta vazão uma hora irá se extinguir
Então por favor,
Tenha certeza de continuar pintando o mundo com suas cores
E amanhã
Isso será algo belo.
Me faça esboçar um sorriso.
Como as flores que desabrocham
Mesmo quando ninguém está ali para vê-las.

- 01:16.

Para onde vão todas as poesias escritas?
Não há ninguém lá fora
O frio cortante me entrega
Alguns sentimentos
Gostaria que eles fossem apagados
Como memórias em dispositivos
01:16, eu desejei que minha ansiedade desaparecesse
E mesmo que eu fechasse meus olhos
O "hoje" já se foi
Eu sinto sono
E uma dor que não se dissipará
Então eu chamei por alguém
- alguém que nunca viria -
A luz brilha para todos
Mas meus sentimentos estão se desfazendo
E a mágica se foi
Estamos andando sozinhos, lado a lado
Eu estou delirando?
Onde estaria
A sincronia?
Quanto tempo dura a eternidade?
Eu não sei quanto tempo ficarei aqui
Até que minha luz se desfaça
E esse calor é um pouco problemático.
Eu cuspi significados
Para algo que não existia
Solitário
Eu saí, sem uma mão para me apoiar
Não sei se eu gostaria de chorar
Ou se ainda é muito cedo
Eu tentei orar
Mas não há ninguém lá em cima.
O cérebro está sozinho.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

- Nós.

Uma noite sem luar
Poderia lhes contar sobre uma princesa
E um samurai.
Uma vida presa
Sem amor sincero
Uma vida de guerra
Sem paz verdadeira
Mas contos não são realidade
E eu sou apenas um singelo observador
Cada ínfimo detalhe
Em sua sintonia perfeita
Um espírito que dança
Perdido!
Ah, alegria, tristeza
Tudo em cima de meu colo.
Gostaria de fluir através do tempo
Como as nuvens, o vento
Minhas memórias estão fervendo
Hoje, eu não tenho promessa alguma
Entre divisões e loucuras
Entre viver e se desprender
Voar ou correr?
Se eu não puder nem mesmo viver
Eu despedaçarei meu destino
Qual o sentido de se estar vivo
Sem nem ao menos poder sentir?
Seria ilusão
Se deixar perder a razão?
Entre tantos nós, que a vida é feita
Poderia, nós
Desatar
Os nós?
Ou transformar nós
Em laços.
Laços de nós.
Nosso enlaço.

- Reason.

Passei um café
Preto, amargo
Como os dias atualmente
Por que quem faz o nosso mundo somos nós?
Não sou um criador de mundos
Sou apenas um boêmio
Que gostaria de viver em todos.
Dia após dia
Eu inspiro
Expiro
Poesias desconexas
Aquele canto, onde somente os raios de sol me alcançam
Eu espero
A razão
Me permitir.

- Day.

Somente por uma noite
Gostaria de esquecer
O real sentido
De padecer
Solicitar
A cada dia
Resgatar
Me perder
E então lhe perder
Pela vida, eu suplico
Te imploro
Me encontre.
Antes que eu me perca.

domingo, 19 de outubro de 2014

- Blues.

Ouvi um blues
Sentado, observando o mato
Inapto
Como todo ser sem ter o que fazer
Ao fundo, ouvi um "sayonara"
Intocado e enjoado
Apenas não entendi o que quis dizer
Três notas soavam
Uma de fuga
Uma de meditação
Uma de apelo
Me senti como um cão que late para o nada
Apenas pelo prazer de latir.
Caminhando
Passo a passo
Apenas para omitir
Aquele desejo de ouvir
Uma serenata
De mim para mim mesmo
Com três rimas
Uma dissonante
Uma provocante
E uma nota de segredo
Na sutileza deste ensejo
Adicionarei um quarto acorde
Para despertar, quem sabe
Ou finalizar
Uma música de aporte.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

- Stop.

A chuva caía
E eu me senti feliz.
Finalmente havia encontrado um motivo.
Meu corpo me levava para um lado, roboticamente
Mas eu fui para o oposto.
E pela primeira vez, vi o outro lado da fonte.
É doloroso andar ereto nestas ruas esburacadas
Mas é gratificante não se curvar aos desejos deste mundo.
Esse mundo
O mundo que eu vi
Está dentro de minha mente.
Hoje, ouvi alguns conselhos
E eles me diziam para parar
Mas a maior conselheira
- minha mente -
Nunca conseguiria me culpar.
Algumas coisas estão fora de nossa capacidade mental.
Algumas coisas estão longe de nossas mãos.
Crueldade.
Eu senti.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

- Human.

Onde estás tu?
Que não ao meu lado
Ó, coração meu
Onde estás tu?
Criativamente encubado
Subliminarmente inacabado
Deixe eu me perder entre teus defeitos
E exasperar as qualidades
De se estar vivo!
Vívido, o desapego à vida
Dentre a correria do cotidiano
Dar-me-ei o deslumbre do bálsamo noturno
Dar-te-ei o meu calor
Degenerado e marginalizado
Como os dias conceituais
À espera de um crepúsculo morno
E a resolução deste enigma
Voltas e voltas
Atrás de um único sentido
Se for preciso, repetirei 108 vezes
O mesmo tipo de pensamento
Desencadeando eventos
Talvez meus olhos estejam comprometendo o equilíbrio
E em alguma parte de minha mente
O amanhã foi-se embora
Pura intenção justaposta
Uma poesia brota do jardim
E nós encontramos a beleza na dissonância
Pensar demais, analisar demais separa o corpo da mente
Mantenha suas intuições
Eu continuarei alimentando
Mais vinte e sete vezes
Cinquenta e quatro desejos
Com meus pés no chão eu me perco
Fora destas linhas de razão
Eu me senti inspirado
Me esforcei para compreender
A divindade de ser
Humano.

sábado, 11 de outubro de 2014

- Deixe.

Tua beleza iluminais
O júbilo de padecer
Vem apoderar-te de mim
Deixe teu amor maturar em minha boca
Deixe teu sabor saturar em meu ser
Resgatar cada passo
Convergir-te para meu rumo
Traga o dia contigo
Converta-o para a noite
Iluminada pelos teus olhos
Descalça sobre as pedras
Alardear a correria
Do dia a dia
E lerdar de noite a noite
Deixe-me deitar em teu seio
Para definhar dentro deste doce perfume
O grito de um pássaro
Sobre as árvores iluminadas
Baila sobre teu véu
Sedutor como fel
Tua presença me vira ao avesso
Como um felino travesso
Vou deixar que desça
Enquanto eu me desapareço
E me esqueço
Daquele canto
Onde a pressa me esquece.
Tu sabes onde fica.

- Art.

Gostaria de transformá-la em uma arte
Para poder contemplá-la à luz do sol
E apreciar cada momento
O céu azul pode ter qualquer cor
Que eu irei clamar
Sempre pelo mesmo tipo de amor
Que elucida o sentimento
Transitório
Como um vírus que assola vidas
Poderia fazer uma ressalva
Em um atestado
"Beba água e espere alguns dias"
Um sorriso não é gripe
Inibido como seu orador
Psicótico, a ver navios
Como em um mar dentro da cidade
Gostaria de ter autonomia
De meus próprios pensamentos
Para elucidar
Esta vontade de cantar
Abaixo das flores 
Que pairam no mar
Se afogando no ar!
Está tudo bagunçado.

- Habit.

Alguns atos não possuem razão
As pessoas nunca se percebem
Gostaria de refazer os dias
Sem paixões, sem prisões
O futuro chegará para todos
Sem um traço de dúvida
Não possuo a solução perfeita, mas tenho algumas teorias
Nesse mundo esquizofrênico
Onde cada dia um homem diferente abre a mesma porta
Quanto mais busca-se o sentido, mais ele se esvai.
Opiniões diferentes, percepções divergentes
Ninguém se importa
Em olhar ao seu redor e perceber internamente
Fragilidades
Talvez ninguém se renda
E continuemos nesta guerra velada
Como idiotas vivenciando sentimentos inexistentes
Dia a dia provando da mesma pílula
Seus próprios inimigos internos
Apenas gostaria de pegar essa estranha estrada
Sem rumo, novamente.
Onde foi que eu perdi minha mente?

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

- Incomplete.

Senti meu rosto queimar
Talvez eu pudesse entender
Tentaram controlar minha mente hoje
os sons que ouvi
Uma voz dizia
"Controle seus mestres internos"
Preso, impossibilitado.
Aquela gaiola de vidro
Se eu pudesse discernir entre minha ambição e minha vontade
Humanos e seus vícios
Transgredindo seus vínculos
Eu poderia ter uma razão
Mas estou em um lugar estranho
E de algum modo, eu sei
Muito mais do que deveria saber
Aqui, onde nenhuma alma vaga
Eu disse que não iria jogar esta noite
Mas eu não preciso correr
Então anteciparei
Minha mente é confusa
Eu não sei onde estarei amanhã
Não tenho em mãos coisas mundanas
E dificilmente me importo
Eles cantam suas canções fora do ritmo
Enquanto eu espero
O ritmo ideal para esta música.

sábado, 4 de outubro de 2014

- Rumors.

Afogue minhas palavras em silêncio
Continuo a viver platonicamente
Às vezes eu queria lhes mostrar como eu gostaria de viver minha vida
Entretando não há nada em meu nome
Esta noite, sonhei que salvava você.
Mas o predador, era eu mesmo.
"Hey, quem é você?"
Ouvi o espelho me perguntar.
E não soube responder.
O vidro está embaçado, mas lá fora há sol.
Eu sorrio todos os dias
Tentando viver neste paradigma
Entre amar todos os seres
Violentamente
Ou me odiar
Por todas as formas de amar que existem dentro de mim.
Eu deixei a porta aberta
Para qualquer tragédia que queira, possa entrar.
Na frente de sua porta,
Deixarei uma fábula escrita
Para que você possa se lembrar de mim.
Em silêncio.

- Train.

Deitei em uma noite fria
Observando o céu, ouvi algumas palavras ecoarem ao vento.
Algumas maldições nascem com a gente.
Eu gostaria de declarar algo, mas as estrelas são surdas.
De onde eu vim, não há ninguém
Sons mudos abafam os gritos do vento
Eu gostaria de tirar a sua loucura e derramá-la sobre mim
Para que pudesse te levar para algum lugar distante, entre os mares
Atrás das árvores, sinto os lobos me vigiando
Como se eu fosse um fantasma, ignorado
Mentiroso.
É sempre a mesma trapaça
Sempre em busca da entrada
Daqueles portões dourados que eu vi no passado
Como se o fogo lutasse contra suas próprias chamas
Minha mente está congelada.
Seria muito reconfortante estar em casa.
Mas estou aqui, contorcendo palavras, para trazer alguma esperança para mim
Pois não posso ouvir as batidas do meu coração
Nem mesmo nessa escuridão completamente silenciosa.
Eu não posso transmitir meus pensamentos
Por que sou tão fascinado por este trilho contínuo?

- Connected.

Eu finjo que entendo
Enquanto as pessoas fingem que falam verdades
Algumas primaveras, sempre serão iguais.
De uma maneira estranha, as flores não floresceram hoje.
As luzes estão apagadas
E eu não sei o que há por vir.
Mas eu sinto ao meu redor
Estamos todos conectados.
Estamos todos condenados.

sábado, 5 de julho de 2014

- Sincronia.

Lembranças...
Mesmo que estapafúrdias, encantam-me a recordar.
Dias incomuns, dias triviais.
Todavia, ouço tais palavras, escritas.
"Talvez no outono"
Já se faz inverno, frio e ensolarado.
Talvez na primavera, saberei o que dizer.
Por enquanto, direi, odeio este frio incapacitante.
Talvez vivesse melhor, no verão.
Tal qual aquele, que todos odeiam.
Por enquanto, viverei a vida em um trapézio.
Em sincronia
Com o nada.