terça-feira, 19 de maio de 2015

- PI.

O poeta matemático 
Se perde em cálculos 
Contando contos 
Em papel quadriculado
O poeta físico 
Se perde observando
Pensando, sublinhando
Estava poetando
Quando deveria estar
Derivando, experimentando
Não quis saber o valor de pi
Preferia saber o valor de si
Pois gostaria mesmo
Era de estar sentindo a ti.

- Cage.

Ouvido sempre foste
Por meu coração 
Aos gritos
Eu lhe assisto       
Enclausurado 
Em uma gaiola de vidro
À prova de som
Eu suplico
Me ouça!
Para que possa ser ouvido
Fechado em seu próprio mundo
Deste lado 
Apenas assisto
Daqui não posso fazer nada,
Por aquela que                   
Tudo eu faria por.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

- Noite.

Esta noite sonhei
Que para ti
Eu toquei
Uma música
Com a mão esquerda
Em um violão desafinado
Esta noite reparei
Que não importa quantos sonhos eu tenha
E quantas músicas eu faça
Sem nem um sinal de ti
Mente confusa
Perdido,
Entre ideias divergentes
Textos incoerentes
Crenças inconsequentes
Vejo, novamente
Talvez tenha que recolher
Tudo aquilo que derramei
Um dia, quem sabe
Quem ama não desiste
E quem é racional não insiste
Quando não se sabe o que fazer
Se deixa o poeta florescer
Quando não se tem mais o que dizer
Deixa estar que o tempo vai esclarecer.
Enquanto isso
Continuo dedicando
As mesmas músicas
Para quem eu sempre amo
Você.