terça-feira, 13 de dezembro de 2011

- Sleep.

Quantos de mim serão dados à este mundo antes de eu me desfalecer?
Por um momento, eu sinto a chuva tocar em minha pele
Mas eu não penso em fugir, não, desta vez...
Eu vou apenas unir minhas mãos em uma prece, e esperar
Todos temos algo a perder, todos temos algo a esconder
Antes de fechar aquele caixão, eu deixei palavras no ar
Mas não, não desta vez...
Eu vou me sujar para me libertar
Vestir a insegurança de um novo dia, um passo para a frente
Não quero mais ter que velar corpos
Ter que velar corações.
Mais uma vez, adormecer e sonhar
Deixar a realidade no ar e respirar
Eu recordo-me daquela época distante, quando escrevia poesias desconexas na parede
Não, não nasci para isso.
Justificaria-me em dois acordes menores
Mas eles seriam o prelúdio de um pecado
Abrir suas asas e voar, era esse o nosso desejo
Mas eu não possuo asas, não, desta vez...
Eu só quero caminhar
Deixar enterrado tudo aquilo que senti
Sem medo de adormecer, sem medo de sonhar
E me dignificarei, sem deixar palavras no ar
Viver, sem ter que enterrar todos que conheço
Então eu apenas deixarei florescer
Todas aquelas poesias que hei de esquecer
E esperar a chuva me dissolver.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

- Rain.

As pessoas estão sempre pensando em como mudar, como fugir, como lidar.
Sonham em sumir, se ajeitar, viver e amar.
Quando você pensa que morreu por dentro, você sempre acaba se sentindo vivo.
Nada seca, nada morre.
Sentimentos vem e vão, como os dias.
Nada dura para sempre, nada não dura.
Memórias são eternas, sentimentos também.
As pessoas sempre se lembrarão de tudo aquilo que viveram ou sofreram.
Eu sempre gostei de ter o papel de observador do mundo, mas às vezes a gente pensa
"E se for hora de participar?"
O hoje e o agora ainda não são minha hora.
Eu poderia beber mais uma xícara desse amargo chá, e esperar.
Mas eu não gosto de esperar.
Eu fui, mais uma vez, de curiosidade, para fora de meus domínios.
E descobri que as coisas podem ser muito diferentes do que nós mesmos imaginamos que elas sejam.
Eu acredito neste mundo, mas eu sei, prefiro não me empenhar.
Os dias sempre passam, as coisas sempre mudam.
E eu me lembro de tudo, e me preocupo.
Mas não importa, o passado sempre se repete, mesmo nunca se repetindo.
Basta ir além daquilo que você tentou.
Afinal, não custa nada se molhar um pouco em água fria, certo?
E sentir a bruta realidade que nos domina.
Talvez mais uma xícara de chá enquanto observo mais um pouco.
A água me parece fria demais para nadar.