O segredo escondido na primavera
Um desejo de vitória para aqueles de mente vazia.
A necessidade de se inspirar, a necessidade de selar.
Seguindo sempre o caminho do meio, de costas para os dias passados...
Sem esconderijos, sem tormentos
Os raios do sol clareando as mentiras brancas contadas no fim do inverno
Os dias de verão, jamais esquecidos, transbordando arrependimentos pelos que já se foram...
Hoje a lua está pálida, algumas histórias não podem ser contadas pelos ventos
Louvai a compaixão, pois o brilho do coração é algo efêmero, a passagem do tempo é sentida e os ecos perdidos
Espíritos insolúveis presos em uma obsessão sem solução
Corpos transientes presos em restos de sangue jorrados pelos deuses
Contos tristes são ouvidos pelas paredes sem pedras, fragmentos de histórias inacabadas
Tudo que possui forma, pode ser quebrado.
Então eu abro meus braços e me liberto de tudo que há de ruim
A imundície transformada em poesia
Enquanto alguns insistem em escrever sobre amor
Enquanto alguns insistem em escrever sobre a dor
Eu continuo me perguntando e insistindo em escrever
Por que os humanos nascem apenas para desvanecer?
Dentro de um fluxo espiral constante de tempo, eu me nego a fugir
Pois não existe poesia sem desarmonia
E não existe sentido em uma poesia
É tão solitário pensar em quantos desperdiçam suas vidas em ideais infindáveis
Se eu pudesse retornar para aquele verão outra vez, eu gritaria todos os meus sonhos distantes, ouvindo o eco daquela voz que eu nunca esquecerei
E certamente teria esquecido todo o futuro que estava escrito naquelas flores
Três dias de diferença, e eu certamente terei me enganado.
Eu vou continuar admirando aqueles que ainda conseguem confiar, que ainda conseguem se manter amarrados à uma maldição chamada sonho.
Meu espírito é facilmente dissipado, e eu não preciso de palavras para deixá-los ir
Eu sei que isto está acima de meu poder, mas aqui está meu ideal.
Que ninguém pode entender.
A fria canção da primavera não irá se tornar uma música.
Pois não há sentimento para isso.
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