Por um momento, eu sinto a chuva tocar em minha pele
Mas eu não penso em fugir, não, desta vez...
Eu vou apenas unir minhas mãos em uma prece, e esperar
Todos temos algo a perder, todos temos algo a esconder
Antes de fechar aquele caixão, eu deixei palavras no ar
Mas não, não desta vez...
Eu vou me sujar para me libertar
Vestir a insegurança de um novo dia, um passo para a frente
Não quero mais ter que velar corpos
Ter que velar corações.
Mais uma vez, adormecer e sonhar
Deixar a realidade no ar e respirar
Eu recordo-me daquela época distante, quando escrevia poesias desconexas na parede
Não, não nasci para isso.
Justificaria-me em dois acordes menores
Mas eles seriam o prelúdio de um pecado
Abrir suas asas e voar, era esse o nosso desejo
Mas eu não possuo asas, não, desta vez...
Eu só quero caminhar
Deixar enterrado tudo aquilo que senti
Sem medo de adormecer, sem medo de sonhar
E me dignificarei, sem deixar palavras no ar
Viver, sem ter que enterrar todos que conheço
Então eu apenas deixarei florescer
Todas aquelas poesias que hei de esquecer
E esperar a chuva me dissolver.
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