Essa fumaça que a gente engole
Mais um dia de agonia
Ah, nem os deuses poderiam pagar-lhe
O amor bem-feito, esnobe
Eu poderia cair mais uma vez, sorrir
Um dia desses eu vi meu reflexo
Mandou-me lavar o rosto
Vestir um fato de bom gosto
Deixe a festa acabar para se arrumar
Paguei dois trocados por este punhado de ar
Arrumei a gravata
E andei como uma mulher
Os zumbidos altos
As buzinas insistentes
As moscas que me rodeiam
As mesmas que pousam nos putrefatos
Me dê mais um gole desta bebida amarga
Que o juízo não quero ter mais
Sem um amor para me empenhar
Sem bandidos para procurar
Ando no escuro, procurando algum motivo
Então desafine a viola
Eu não preciso de um canto para cair morto
Só de um sorriso
Me deseje um bom dia
Para sempre serei o forasteiro
E mesmo sem voz
Continuarei a cantar
Talvez o mundo não seja tão pequeno
Então eu farei uma trova
E em quatro versos, direi
Fechei-me em minha alcova
Para fugir deste mundo que criei.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
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